Ao final do período de pesquisa, as pacientes realizaram consulta ginecológica de retorno e os resultados indicaram que houve aumento da taxa de cura em ambos os grupos de mulheres que receberam os medicamentos tradicionais e suplementação com cápsulas contendo os microrganismos probióticos – em comparação àquelas que receberam medicamentos tradicionais e cápsulas de placebo (87,5% versus 50% para as pacientes diagnosticadas com vaginose bacteriana e 89,7% versus 65,4% para pacientes diagnosticas com candídiase vuvlvovaginal, respectivamente).
A escolha das linhagens de micro-organimos probióticos foi Lactobacillus rhamnosus GR-1 e Lactobacillus reuteri RC-14. Estas cepas são estudadas desde a década de 80 por pesquisadores da Universidade Westerns, do Canadá, e mostram grande potencial para o tratamento e/ou prevenção de infecções vaginais.
Esses micro-organismos probióticos conseguem colonizar o trato digestivo e o epitélio vaginal (um dos tecidos que revestem a vagina). “Eles também podem auxiliar na manutenção do epitélio vaginal saudável por meio da redução da ascensão de patógenos do reto para a vagina e ainda por meio do aumento da imunidade da mucosa intestinal”, diz Martinez.
Para ele, mais estudos são necessários para esclarecer os exatos mecanismos de ação responsáveis pelos efeitos positivos observados na suplementação com probióticos. É também importante investigar a eficácia do tratamento em casos recorrentes de infecções vaginais.