A iniciativa é inspirada em projetos semelhantes já existentes em outras cidades europeias, como por exemplo os “red light districts” de Amsterdã, na Holanda, e Hamburgo, na Alemanha.
Polêmica
A decisão da prefeitura está causando uma grande polêmica em toda a Itália, já que o projeto seria o primeiro do tipo no país. As críticas vêm principalmente do setores mais conservadores da sociedade italiana. Há quem veja na criação das chamadas “zone di toleranza” (zonas de tolerância) uma tentativa de oficializar a prostituição, que é ilegal na Itália.
“É um grande erro. Desse jeito, a escravidão das mulheres será legitimada”, disse o monsenhor Enrico Feroci, diretor da organização católica de assistência social Caritas.
A Conferência Episcopal Italiana, órgão máximo da igreja católica no país, também condenou a idéia como sendo “hipócrita e de fundo ideológico”. Segundo a organização, a medida não visa a melhora da situação das prostitutas, mas somente a “lavagem” das ruas de Roma.
Os sindicatos italianos, por sua vez, apoiam fortemente a idéia. “Criar uma zona na cidade que garanta a segurança das mulheres e homens que trabalham ali é uma decisão justa”, comentou Maria Gigliola Toniollo do sindicato Cgil.
Bilhões de euros
O governo estima que há 70 mil mulheres e homens que se prostituem na Itália. Cerca de 65% delas oferecem sexo nas ruas das cidades italianas e 35% em estabelecimentos, como bordéis. O “faturamento” do setor é estimado pelo instituto italiano de pesquisa Transcrime entre 2 e 5 bilhões de euros ao ano (R$ 6 bilhões e R$ 15 bilhões, respectivamente). Só em Roma, o total estimado de prostitutas que trabalham regularmente é de 2.500 nos meses de verão. No inverno esse número cai para cerca de 1.500.
11 fevereiro 2015