Campanha de uma ONG contra discriminação de soropositivos faz vídeo com reação de pessoas a cartazes com gotas de sangue contaminado
Um cartaz entre tantos outros chama atenção de quem passa pelo Largo da Batata, em São Paulo. Branco, com os dizeres em vermelho, o cartaz anuncia: “Eu sou um cartaz HIV positivo” e, ao lado, uma pequena gota de sangue.
Trata-se de uma campanha da Organização Não-Governamental Grupo de Incentivo à Vida, que luta contra a discriminação com portadores de HIV. No final de abril, a ONG publicou nas redes sociais o vídeo com a reação das pessoas ao cartaz.
“Sou exatamente como qualquer outro cartaz, com um detalhe: eu sou HIV positivo. É isso mesmo que você leu. Sou portador do vírus. Nesse momento você pode estar dando um passo pra trás e se perguntando se eu ofereço perigo”, diz o texto do cartaz. Mas, na verdade, não há risco de contágio, explica o médico Artur Kalichman na gravação. O vírus não resiste ao entrar em contato com ar. O “medo” de chegar perto do cartaz seria o mesmo medo que algumas pessoas têm de soropositivos.
O objetivo da campanha, segundo o diretor da organização, Cláudio Pereira, é mostrar que portadores do vírus não são um “bicho-papão”, e tentar trabalhar a discriminação — que, na sua opinião, ainda é recorrente. Pereira destaca que a tecnologia do tratamento avançou muito nos últimos anos, e que a possibilidade de contágio é “quase zero”, desde que haja tratamento adequado.
A filmagem mostra também a produção da campanha, em que nove voluntários doaram sangue HIV positivo para a produção de 300 cartazes.