ASSÉDIO SEXUAL NO TRABALHO: VOCÊ JÁ PASSOU POR ISSO?

Compartilhar

Muitas mulheres passam por assédio sexual no trabalho, mas não sentem segurança para denunciá-lo e quebrar o silêncio. Em muitos casos, a mulher que sofre assédio sexual prefere sair do emprego, porque ficar desempregada e buscar outro trabalho soa como uma opção melhor do que buscar a punição para o assediador. É muito difícil revelar o que está acontecendo quando se tem receio de que não se possa provar ou que ninguém acredite.

É muito importante saber que o assédio sexual no trabalho não vem necessariamente de superiores e nem é algo que o assediador faz com uma intenção supostamente elogiosa. Há mulheres que são sexualmente assediadas quando escutam deboches a respeito dos seus corpos ou da sexualidade que os assediadores julgam que elas possuem. No entanto, disfarçada de “brincadeira” ou forjada na insistência da abordagem sexual, o assédio tem muitas faces.
Muitos assediadores esperam que as mulheres sejam agradecidas pelo assédio sexual que sofrem, como se os atos fossem elogiosos e não invasivos. No entanto, tal assédio torna o ambiente tóxico, repleto de medos e sentimentos ruins que fazem com que o trabalho das mulheres seja prejudicado. Afinal, é muito difícil manter um certo nível esperado de performance quando não se pode sequer caminhar pelos corredores ou quando o simples ato de buscar um copo d’água se torna um dilema.
Um dos maiores desafios continua sendo a não-concretização da denúncia e a falta de assistência que essas trabalhadoras podem sentir. Além disso, a falta de informação age como um verdadeiro entrave para que o assédio sexual seja devidamente identificado, interrompido e punido.
Também é fundamental compreender que nem todas as trabalhadoras que estão sofrendo assédio sexual estão em escritórios ou ambientes corporativos. Não há apenas um tipo de emprego onde isso acontece. As empregadas domésticas, por exemplo, são parte das maiores vítimas de assédio sexual e abusos no trabalho, sobretudo porque vivem em ambientes privados, sem órgãos ou responsáveis que zelem por seus direitos e submetidas a uma rotina de muitas violações de direitos – sejam elas quanto aos horários extenuantes ou funções acumuladas.

Em primeiro lugar, é preciso que todos os trabalhadores saibam o que é assédio sexual e que haja maior conscientização a respeito do problema. Porém, nenhuma formação ou reunião será eficiente se o machismo não for confrontado e eliminado das relações de trabalho. Se o ambiente de trabalho é hostil para as mulheres, porque não é planejado para que pessoas de todos os sexos possam trabalhar ou porque o trabalho das mulheres é considerado inferior de alguma forma, é impossível esperar que não exista assédio sexual.
Por todos esses fatores, se você sofre assédio sexual no seu trabalho, busque ajuda. Procure sindicatos, grupos de apoio e informações na internet. Você pode encontrar coletivos de mulheres que lutam contra a violência sexual e que poderão te ajudar, além de suporte jurídico. Rompa o silêncio. Um ambiente de trabalho livre de assédio sexual é seu direito.
Texto: Jarid Arraes
Fonte: http://agenciapatriciagalvao.org.br/trabalho_/assedio-sexual-no-trabalho-voce-ja-passou-por-isso-por-jarid-arraes/

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *