Segundo o Mapa da Violência 2015, a cada 4 minutos, uma mulher sofre algum tipo de violência em Minas Gerais
A chacina da cidade de Campinas, em São Paulo, cometida em pleno ano novo por Sidnei Ramis de Araújo, que assassinou 12 pessoas, traz a necessidade de uma reflexão urgente para o ano de 2017. Das 12 vítimas, 9 eram mulheres, incluindo a ex-esposa e o seu filho. Essa carnificina em Campinas foi um entre tantos casos de feminicídio, ou seja, mulheres que são mortas simplesmente por serem mulheres.
Em 2017, ano de golpe em curso, questionamos: como está a situação das mulheres no país? Qual lugar ocupa na sociedade? Quais limites a direita quer impor a suas vidas? Segundo o Mapa da Violência 2015, a cada 4 minutos, uma mulher sofre algum tipo de violência em Minas Gerais. Por hora, o número chega a 15. Por dia, são 353 agressões. Os casos mais incidentes são de violência física. Neste mesmo mapa, Minas Gerais aparece com queda de 2% nos casos de violência contra mulher. Embora tenha sido verificada queda na média do estado, os casos aumentaram em Divinópolis, Uberaba, Curvelo, Barbacena e Patos de Minas.
Ao comparar os dados com outros estados do Brasil, verifica-se que os demais estados tiveram redução de 10% nos índices de violência contra mulher. É como o conservadorismo e o atraso vêm tomando as regiões do país. No que diz respeito ao lugar da mulher na política não é diferente. Vimos isso no impeachment da Dilma, mas também podemos observar esse impacto no número de mulheres eleitas para prefeitas e vereadoras na campanha de 2016. De acordo com do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) houve uma queda no número de mulheres eleitas em todo o país. As regiões sudeste e sul foram a que menos elegeram mulheres no país.
Não acreditando em coincidência, mas observando os fatos, notamos que no dia 17 de abril de 2016 as regiões sudeste e sul tiveram o maior número de votos na Câmara dos Deputados pelo prosseguimento do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. A história nos mostra as conexões dos fatos, cujas movimentações não estão separadas. Companheiras, isso não é coincidência, mas um golpe nas nossas vidas.
*Aline Ruas é militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Fonte: http://www.geledes.org.br/que-limites-o-conservadorismo-quer-impor-vida-das-mulheres/#gs.9a_Dub8