Mulheres negras continuam na base da pirâmide social, revela dossiê

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Questões relevantes sobre a condição de vida das negras brasileiras e as grandes distâncias que ainda separam homens e mulheres negros e brancos são debatidas no “Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil”. O documento está já disponível para acesso e download gratuitos no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no link:http://bit.ly/1gIDrKj.
O livro, editado pelo Ipea e entidades parceiras e organizado pelas pesquisadoras Mariana Mazzini Marcondes, Luana Pinheiro, Cristina Queiroz, Ana Carolina Querino e Danielle Valverde é voltado para o debate de questões relevantes sobre as condições de vida das negras brasileiras. Analisa, em cinco capítulos, pontos como situação educacional, inserção no mercado de trabalho, acesso a bens duráveis e às tecnologias digitais, condição de pobreza e vivência de situações de violência.
Luana Simões Pinheiro revelou em entrevista a Adital que o objetivo do Dossiê é apresentar um filme das condições de vida das mulheres negras brasileiras ao longo de um período de 15 anos, sob o ponto de vista de jovens mulheres negras. Por isso, algumas mulheres inseridas na academia ou organizações sociais foram convidadas a escrever sobre o tema a partir de um conjunto de dados disponibilizado pelo Ipea e de suas próprias experiências de vida.
“Os dados apresentados mostram que as mulheres negras permanecem na base da pirâmide social, sofrendo o peso de preconceitos e discriminações simultâneos, que não só as excluem de determinados espaços pelo fato de serem mulheres, mas também as excluem de outras possibilidades, pelo fato de serem negras. É como resultado desse processo que as mulheres negras apresentavam, em finais dos anos 2000, uma taxa de desemprego de 12,5%, enquanto as mulheres brancas tinham taxas de 9,2% e os homens brancos – grupo melhor inserido socialmente – de inferiores 5,3%”, destaca.
Retomando pontos do Dossiê, Luana também ressalta que, na mesma linha, as mulheres negras ganhavam, em média, apenas 30% dos rendimentos auferidos pelos homens brancos, em 2009.
“Ainda que essa desigualdade venha se reduzindo (no caso dos salários, por exemplo, este percentual era de 20%, em 1999), as distâncias são ainda muito grandes, evidenciando que as políticas universais são certamente importantes, porém insuficientes para reverter os quadros de desigualdade verificados, sendo fundamental contarmos também com políticas de natureza afirmativa”.
O ‘Retrato das desigualdades’ surgiu a partir de pesquisas do Ipea e da ONU Mulheres, que, em 2004, decidiram investir na produção e disponibilização de um amplo conjunto de informações sobre as desigualdades de gênero e raça existentes na sociedade brasileira. A partir daí nasceu a publicação Retrato das desigualdades de gênero e raça, cuja última edição havia sido lançada em 2011. Os indicadores são produzidos tendo por base as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD), realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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