Prostitutas fazem ato em Paris contra criminalização da prostituição

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Manifestantes criticaram projeto de lei em análise no Parlamento.
França conta com cerca de 30 mil prostitutas, em sua maioria estrangeiras.

Da France Presse
Manifestantes criticaram projeto de lei em análise no Parlamento (Foto: Jacques Demarthon/AFP)Manifestantes criticaram projeto de lei em análise no Parlamento (Foto: Jacques Demarthon/AFP)

Centenas de prostitutas reuniram-se neste sábado (28) na região de Pigalle, em Paris, para protestar contra a criminalização da prostituição na França – debatida a partir de segunda-feira no parlamento.
 
As manifestantes, a maioria chinesas ou pessoas transgênero de origem sul-americanas, desfilaram da praça de Pigalle até Belleville, duas regiões tradicionais da prostituição na capital parisiense, a convite de diversas associações.
 
Escondidas atrás de máscaras, chapéus ou cachecóis, as manifestantes se opuseram a um projeto de lei que será avaliada nas próximas segunda e terça-feira pelos senadores.
 
O texto previa inicialmente punir o pagamento de ato sexual com uma multa de 1.500 euros (cerca de R$ 5.000) e revogar o delito de solicitação de prostituição, muito criticado. Modificado em comissão, ele agora pretende manter o delito de solicitação, que existe desde 2003.
 
“Somos contra a criminalização dos clientes e contra o crime de solicitação”, resumiu Aying, presidente de uma associação de prostitutas chinesas.
 
Para as associações, o crime de solicitação de prostitutas precarizou e estigmatizou as prostitutas, vítimas assédio e prisões abusivas.
 
“A prostituição é legal na França”, insistiu Franceline Lepany, da associação dos Amigos do ”nibus das Mulheres. “Este projeto de lei quer estigmatizar ainda mais as prostitutas”.
 
“Precisamos enfrentar a máfia, e não as mulheres. Foi um pulo para trás. Tudo isso para dar um verniz de bons modos à nossa sociedade”, criticou a senadora ecologista Esther Benbassa, que foi à passeata prestar seu apoio.
 
“Por que prejudicar a liberdade de dispor de nossos corpos em um país democrático?”, lançou Ornella, profissional do sexo da famosa rua Saint-Denis. “Não vamos misturar as tradicionais, que escolheram voluntariamente a prostituição” e as que são vítimas de redes mafiosas, insistiu.
 
Na França, onde a prostituição é legal, estima-se em cerca de 30 mil o número de prostitutas, em sua maioria estrangeiras vindas especialmente da Europa Oriental, África, China e América do Sul.
 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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