Brasil registrou um estupro a cada 11 minutos em 2014, aponta Anuário de Segurança Pública

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No ano passado, foram registrados 47.643 casos de estupro em todo o país, contra 51.090 em 2013, uma queda de 6,7%. Ainda assim, o dado representa um estupro a cada 11 minutos. O Anuário traz ainda uma pesquisa feita em parceria com o Instituto Datafolha sobre o medo de sofrer violência sexual. Segundo o levantamento, 90% das mulheres declararam temer ser vítimas de agressão sexual contra 42% dos homens.

O Brasil apresentou queda nos registros de estupros em 2014, na comparação com o ano anterior. É o que aponta o 9º Anuário de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Nacional de Segurança Pública nesta sexta-feira, dia 09. Segundo a publicação, foram registrados em todo o país 47.643 casos de estupro, contra 51.090 em 2013, uma queda de 6,7%. Ainda assim, o dado representa um estupro a cada 11 minutos. Já as tentativas de estupro e atentado violento ao pudor aumentaram de 4.897 para 5.042.

Entre os estados que registraram os menores índices de violência sexual denunciada no ano passado estão Espírito Santo, com 238, Roraima com 275 e Piauí com 481 casos registrados. São Paulo aparece como o Estado onde mais casos de violência sexual foram denunciados à Polícia, mesmo com uma redução de aproximadamente dois mil casos. A segurança pública paulista processou 10.026 boletins de ocorrência de crimes contra a liberdade sexual. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 5.676 casos em todo o Estado no ano de 2014.

No entanto esses números podem não representar a realidade devido à dificuldade na notificação de crimes de violência contra as mulheres, principalmente nos casos de agressão sexual. “O crime de estupro é aquele que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo, então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência deste crime no país”, alerta Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em nota divulgada pela organização não governamental.

Medo de estupro é expresso por 90% das brasileiras.

O Anuário traz ainda uma pesquisa feita em parceria com o instituto Datafolha. Segundo o estudo, que entrevistou mais de 100 mil pessoas em 84 municípios brasileiros, 66% dos entrevistados disseram temer ser vítimas de agressão sexual, sendo a maioria mulheres – que somam 90% das respostas positivas contra 42% dos homens.


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A pesquisa mostra ainda que jovens entre 16 e 24 anos são as que mais sentem medo da violência sexual. Os estratos sociais onde o medo de agressões sexuais apareceu mais fortemente foram: amarelos (73%) e pessoas com renda de até dois salários mínimos (75%) e Nordeste do País (74% da população). Os habitantes do Sul brasileiro são os que menos temem a violência sexual (61%). Neste caso, os dados não trazem recorte de gênero.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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