Carnaval: campanha esclarece limites entre “paquera” e “assédio”

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O guia divulgado nas redes sociais mostra que ações como uma “cantada”, uma piadinha machista ou uma puxada no cabelo são todas assediosas.

 
Beijos à força, puxões no cabelo, passadas de mão e outras investidas sem consentimento não podem ser encaradas como parte do Carnaval. Com o objetivo de acabar com o clima de vale-tudo na folia, a Revista AzMina em parceria com os movimentos #‎AgoraÉQueSãoElas, Vamos Juntas? e Bloco das Mulheres Rodadas e com o Catraca Livre lançaram um guia didático com as diferenças entre “paquerar” e “assediar”. A ação faz parte da campanha #CarnavalSemAssédio.
A diretora-executiva da Revista AzMina, Nana Queiroz, explica que a campanha é um grito por mudança e tem várias frentes, desde a conscientização virtual até ações no mundo real. “A campanha é uma parceria entre várias mulheres incríveis de vários grupos e coletivos que cansaram de ter que passar raiva e medo durante o Carnaval e decidiram agir. Nós não queremos mais dançar olhando pros lados para ver se alguém vai pegar na nossa bunda sem permissão”, desabafa.
O guia divulgado nas redes sociais mostra que ações como uma “cantada”, uma piadinha machista ou uma puxada no cabelo são todas assediosas.

As ações nas ruas englobam a distribuição de apitos para denunciar assediadores, grupos de mulheres que vão juntas para os blocos para protegerem umas as outras e o Bloco das Mulheres Rodadas que, neste ano, vai tomar as ruas do Rio com uma mensagem pelo fim do assédio na folia.
Nana indica que os homens leiam o guia para identificar as diferenças entre a paquera e o assédio para não serem “canalhas” no Carnaval. “É meio revoltante que ainda tenhamos que explicar pra marmanjos crescidos como é que se brinca de paquerar, mas essa é a maneira mais eficiente que encontramos de mudar esse quadro”, disse a ativista.
Para os idealizadores da campanha, o assédio faz parte do cotidiano da mulher desde o metrô até o trabalho, mas no Carnaval existe uma extrapolação dessa cultura machista que defende que o importa na folia é acumular os números de bocas beijadas. Nana aconselha que as mulheres saiam para se divertir acompanhadas e levem apitos para denunciar condutas indevidas.
Quebra de silêncio
O trabalho feminista da jornalista começou há dois anos com o “Não Mereço Ser Estuprada” e ficou ainda mais forte com a criação da Associação AzMina de Jornalismo Investigativo, Cultura e Empoderamento Feminino no ano passado. “É reconfortante ver, a cada dia, como muitas mulheres nos escrevem dizendo que suas vidas foram transformadas ao quebrar o silêncio sobre o estupro que sofreram ou por terem entendido que o que o chefe fazia era assédio, por exemplo”, complementa Nana. Com informações do Portal EBC.

Fonte: http://www.noticiasaominuto.com.br/

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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