Abordagem social: uma atitude de aproximação

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Falar de abordagem social é falar de uma ação que representa para nós, Pastoral da Mulher em Juazeiro/BA, uma atitude de aproximação, chegada, diálogo e interação com as pessoas, especificamente com as mulheres que se encontram no contexto da prostituição. Para se realizar essa abordagem, é fundamental um conhecimento prévio sobre a realidade, para que dessa maneira sejam realizadas ações que respondam de maneira contextualizada e eficaz as demandas apresentadas por elas. Assim, Consideramos que o conhecimento prévio sobre a realidade da prostituição é um dos principais aspectos a serem considerados no processo socioeducativo com as mulheres, pois oportuniza espaços de troca de informações e orientações diversas, especialmente no que se refere ao universo feminino e outros assuntos, bem como a promoção de espaços para a criação de vínculos que serão estabelecidos em processos posteriores. Tal intervenção deve partir de uma aproximação respeitosa e que compreenda a situação em que se encontram as mulheres no mencionado contexto.
Outro assunto a ser considerado nesse espaço particular de abordagem se refere à amplitude que o contexto da prostituição apresenta. Ele não se encontra limitado simplesmente à comercialização do sexo e do prazer, mas tem influências sociais, educativas, políticas e econômicas. Dessa forma, compreender esse contexto de maneira conjuntural requer uma análise que contemple tanto as suas minudências, quanto as magnitudes.
Quando nos aproximamos de um espaço de prostituição, levamos conosco uma referência pedagógica humanizante, que acredita no potencial das mulheres, onde através do acompanhamento social e educativo ampliam seus conhecimentos e visão de mundo.  
É importante também considerar que nesse contato com a realidade, buscamos garantir na nossa prática cotidiana uma educação dialógica, que tem por finalidade incentivar as mulheres para uma leitura crítica do mundo, propiciando a participação ativa na construção de suas realidades, valorizando a capacidade de criação, recriação e de transformação social. Sobre essas declarações, destacamos Freire que afirma: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Dessa maneira, fica em evidencia a nossa compreensão sobre as mulheres, que possuem também seus conhecimentos prévios, onde “quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender.”.

 

Foto da internet
Ana Paula S. Santos

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia; pós-graduada lato sensu em Gestão de Pessoas pela Faculdade do Noroeste de Minas e em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça pela Universidade Federal da Bahia. Atua como Educadora Social na Pastoral da Mulher – Unidade Oblata em Juazeiro Bahia.

 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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