Aspectos sobre o atendimento à mulher prostituída

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            Considerando as diversas variáveis que cercam o mundo da prostituição, tais como o preconceito, a exploração, a violência, o desrespeito, entre outras prejudiciais à mulher, questiona-se: por que mulheres entram e permanecem no mundo da prostituição? Problemas afetivos e educacionais?  Trabalho? Problema social? Com certeza são fatos que evidenciam a relevância social desse fenômeno.
            O termo prostituição como trabalho ou problema social destaca que ela está voltada à comercialização do corpo como repressão, escravidão ou para atender às necessidades básicas de sobrevivência, ou seja, o seu próprio sustento ou familiar. Essa situação possibilita que a rede do comércio do sexo movimenta um grande capital financeiro, principal motivo da exploração sexual comercial, pela droga, pela violência sexual, pelo erotismo e pela coisificação da pessoa.
            Nesse sentido, instituições como a Pastoral da Mulher – Unidade Oblata em Juazeiro/BA, realiza um trabalho voltado ao atendimento com acompanhamento personalizado à mulher que se prostitui e vive em situação de vulnerabilidade social, construindo e estabelecendo um vínculo de respeito, à mulher numa caminhada de reconhecimento e transformação de sua realidade.
            Aprofundar a capacidade de compreensão dos gritos antes silenciados por essas mulheres, é trazer à tona para a sociedade uma importante reflexão diante dos seus aspectos coletivos e lutas comunitárias. No âmbito social, lutar pela defesa e garantia dos direitos das mulheres, oferecendo espaços de reflexão e sensibilização da rede de atendimento local, com a Igreja e com o poder público sobre a problemática da prostituição, é com certeza um potencial desafio da instituição.
            É desafiador, pois a Pastoral como instituição social, reconhece que não é o seu papel suprir ou atender à todas as demandas do público atendido, pois, existem metas e objetivos que delimitam uma atuação. Ainda, o assistencialismo, por vez ocorrida não promove o protagonismo das mulheres, mas a insatisfação e insustentabilidade em seu processo. A mulher que busca os serviços na rede de assistência social, conforme citado acima, muitas vezes vem de uma experiência bastante marcada pela pobreza, discriminação de gênero, crimes, ambição, conflitos familiares e tráfico de drogas. Ela busca na Pastoral novas experiências de vida, respeito, fortalecimento de sua autoestima, autonomia para idealizar suas iniciativas para assim conduzir sua vida e de sua família.

Foto da internet
 
Mônica Siqueira C. Silva

Graduada em Serviço Social pela Universidade Anhanguera UNIDERP Bahia. Atua como Educadora Social na Pastoral da Mulher – Unidade Oblata em Juazeiro Bahia.

 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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