Segundo o Ministério da Saúde, número de bebês infectados aumentou 170% de 2010 a 2015
A prioridade do ministério são as gestantes até o primeiro trimestre de gravidez. Levantamento do órgão revela que 50% dos casos só são detectados, hoje, após esse período da gestação, quando as chances de tratamento do bebê são menores.
Ainda segundo o ministério, a sífilis em gestantes no Brasil passou de 3,7 para 11,2 casos a cada mil nascidos vivos, o que representa um aumento de 202%. A taxa de bebês com sífilis congênita em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos, 13 vezes maior do que o aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O aumento é de 170% em relação aos números de 2010.
Para o infectologista e pediatra Edmilson Migowski, diretor do Instituto Vital Brazil, algumas regiões do Brasil, em especial no Rio de Janeiro, esse número chega a ser de quatro infectados a cada 100 nascidos, mostrando a gravidade da situação. “Quando a sífilis acomete a gestante, ela pode passar a bactéria para o filho, que pode nascer com a doença congênita, um quadro muito grave, que pode causar a morte do bebê. A mulher que tem sífilis, principalmente durante a gravidez, deve receber o tratamento assim como também o companheiro dela, já que a sífilis é uma doença sexualmente transmissível”, explica o médico, em entrevista à agência russa de notícias Sputnik.
O problema, segundo Edmilson Migowski, é que a penicilina não é facilmente encontrada em nosso país. Diante da falta do antibiótico, nos últimos dois anos, o governo brasileiro passou a importar a matéria-prima para o preparo em laboratórios credenciados, e só agora o abastecimento vem se normalizando. O Ministério da Saúde também vai autorizar o aumento do preço do antibiótico para estimular a produção.
Vale lembrar que, na maioria dos casos, a sífilis não apresenta qualquer sintoma. No homem, podem surgir ferimentos na glande, que cicatrizam com o tempo, embora a pessoa não fique curada. Também podem surgir manchas na pele, que não costumam coçar. No caso da mulher, ela quase não apresenta sintoma. O fato de a pessoa não ter sinal nenhum da doença não quer dizer que ela não vá transmitir a bactéria para o bebê.
(com agência Sputnik)