“AQUI AS PROTAGONISTAS DESSA HISTÓRIA TEM VOZ…”

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O cotidiano está abarrotado de temas sobre os quais conversar, questionar e compartilhar nas redes sociais. Geralmente são temas diversos como saúde, política, viagens, famosos e outros. São assuntos presentes nas rodas de amigos, nos grupos de whatsapp, nas mesas das famílias. Porém, existem assuntos que são delicados, inconvenientes para alguns, dolorosos para outros, ignorados pela maioria.

Prostituição ainda é um tema “tabu”, desses em que a sociedade se emudece. É assunto complexo, que exige bastante estudo e aproximação com a realidade, pois é um fenômeno diretamente imbricado com os processos de desigualdades sociais e de gênero presentes nas diferentes conjunturas.



O dia a dia das mulheres que exercem a prostituição é repleto de ambiguidades. Está embutido num contexto local, mas não deixa de ser uma realidade que se insere no contexto global. Daí a importância de voltar o olhar para a conjuntura atual que gera pobreza e que aumenta o número de pessoas marginalizadas, excluídas e invisíveis.


“É muito ruim passar por homens de todo jeito,
ter que aguentar homens diferentes,
aguentar desaforo de homem…”

Existem infinitos debates sobre prostituição, se a prática deve ou não ser reconhecida “pela lei”, se aqueles que a fazem devem ou não ser protegidos ou até mesmo punidos por ela.
“Tem muitas que querem que assinem a
carteira como prostituta e
eu não acho que seja uma profissão. ”

De maneira sutil e priorizando a ética em relação à suas identidades, traremos recortes de algumas falas das mulheres assistidas por nossa instituição. Mulheres prostitutas, mulheres prostituídas, mulheres que já vivenciaram a prostituição, mulheres que não tiveram a escolha de seus próprios caminhos, mulheres que foram silenciadas.

“Sobre a prostituição, eu nunca quis ficar dentro do bar,
pois não queria que os homens ficassem me amaciando.
Quando eu ficava com os home, eu é que escolhia. “

Atuamos na cidade de Juazeiro há quatro décadas e nossa experiência diz que não cabe a ninguém as acusar por suas escolhas sem conhecer suas histórias de vida. Nós, agentes da Pastoral da Mulher, alimentados pela espiritualidade oblata, caminhamos juntos com elas lutando contra a indiferença, fortalecendo o seu “ser mulher”, promovendo cidadania, enfrentando desigualdades, respeitando-as.

Nosso jardim está repleto de flores e aqui as protagonistas dessa história tem voz. Algumas das nossas assistidas retrataram suas realidades no mundo da prostituição ou de quando saíram dele, mas trouxeram também suas vidas e um cotidiano parecido com o de tantas mulheres. Nas próximas postagens, conheçam um pouco sobre Orquídea, Margarida e Girassol.

Acompanhe-nos!

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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