Práticas Integrativas Complementares (PICS): As Novas Formas de Cuidado Integral a Saúde

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Railane Delmondes dos Santos ¹

Em conjunto com várias técnicas terapêuticas a medicina integrativa tem ganhado cada dia mais a atenção de pessoas que buscam um equilíbrio da saúde através do corpo e da mente. Esse tipo de medicina visa tratar cada paciente de forma individualizada e interdisciplinar, olhando a subjetividade de cada ser, seu cotidiano e como se relaciona no mundo.

As práticas integrativas complementares já fazem parte da cultura tradicional de vários povos, desenvolvida por diversas deles: como a cultura Índígena, Ayrvérdica Hindu, Chinesa e Unani-Árabe.

Em 03 de maio de 2006 o Ministério da Saúde implantou no Brasil através da portaria GM/MS n.º 971 a Política Nacional de Praticas Integrativa em Saúde (PNPIC). Com 29 práticas complementares, dentre elas: Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Aromaterapia, Constelação Familiar, Geoterapia, Meditação, Terapia de florais, Reik, Naturopatia, Terapias espirituais, dentre outras. Objetivando que as pessoas atendidas não fiquem doentes ou mesmo minimizar os sintomas das enfermidades já presentes. Almeja-se que seja implantada uma cultura de outras formas de cuidado, para além da medicina tradicional.

As terapias complementares vão de encontro à política de saúde privativa vigente no cenário atual, onde a medicina se fragmenta em especialidades e não dar conta de perceber o ser humano em sua totalidade.

Desde 2018 a Pastoral da Mulher de Juazeiro vem apostando na prática de terapia alternativa através a acupuntura auricular (auriculoterapia), por acreditar que as diversas práticas médicas se relacionam. Cuidando não somente do corpo, mas de questões emocionais e espirituais. Vendo esse corpo como um organismo interligado e que precisa está em equilíbrio para promover a saúde integral.

A auriculoterapia é bastante desenvolvida pela Medicina Tradicional Chinesa e Francesa utiliza-se do pavilhão auricular e seus microssistemas. Segundo Silva (2012, p 25), a auriculoterapia faz parte de uma prática milenar entre os povos da antiguidade, chineses, indianos e egípcios. É uma terapia não invasiva, pode ser realizada fora de consultórios clínicos, se dar por estímulos bioenergéticos, podendo ser utilizadas sementes, agulhas, cristais, laser, esferas de aço, ouro ou prata. Fica a critério de cada terapeuta o melhor método a ser utilizado.

A auriculoterapia apresenta-se como uma possibilidade não invasiva e de baixo custo para os cuidados à saúde e bem estar.

Na prática terapêutica observa-se que o público assistido pela Pastoral da Mulher vem apresentando melhoras significativas, principalmente em seu quadro emocional, buscando os atendimentos para diminuir sintomas de ansiedade, insônia, nervosismo, tristeza, depressão, inquietude, lúpus e sintomas físicos, na maioria dos casos todos interligados ao modo de viver e se relacionar socialmente.

Em 2019 foi possível realizar mais de 250 atendimentos a 41 mulheres assistidas avaliando positivamente, trazendo em seus feedbacks o quanto a auriculoterapia contribuiu na redução de algumas enfermidades, melhora da autoestima e prevenção de doenças, conforme identificado nos relatos:

“Passei muito tempo sofrendo com enxaqueca… depois que me tratei com a auriculoterapia, sou outra pessoa. Relatou ETAS.”

“Eu estava muito inchada, dores abdominais, eu não percebia que estava tão mal, trouxe MDD…”

Dessa forma, podemos interligar essa terapia ao acompanhamento psicológico e a própria medicina alopática. Percebemos a auriculoterapia como uma forma de acalmar a mente, o corpo e o espírito.

¹ Licenciada em História pela Universidade Estadual de Pernambuco. Especialista em história Geral e Patrimônio cultural. Bacharel em Serviço Social pela Universidade Ananhaguera Uniderp. Especialista em Serviço Social nas Organizações.Terapeuta Holística com formação em Biblioterapia, Auriculoterapia e Ventosaterapia, pelas instituições de ensino: Universidade Federal do Vale do São Francisco e Ânima Cursos. Atua como Educadora Social na Pastoral da Mulher-Unidade Oblata de Juazeiro-BA.

Referências:

Paula Raquel da Silva, Hamilton Bertan, Vitor Silva Senna. Acupuntura auricular. São Paulo: Phorte, 2012.

Dia Internacional da Medicina Integrativa. Disponível em: https://amobemestar.com.br/blog/dia-internacional-da-medicina-integrativa/ Acesso em: 21/11/2019.

O que é auriculoterapia. https://amobemestar.com.br/blog/o-que-e-e-para-que-serve-a-auriculoterapia/.Acesso em: 21/11/2019.

Alopático e Homeopático: O que são e para que servem, diferenças. https://minutosaudavel.com.br/alopatico-e-homeopatico-qual-e-diferenca/.Acesso em: 21/11/2019.

Pastoral da Mulher – Rede Oblata – Juazeiro BA

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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