A violência endêmica contra as mulheres na região das Américas demonstra falta de vontade política dos governos de proteger os direitos das mulheres e meninas.
Nós estamos adicionando a nossa voz às centenas de organizações em toda a região, exigindo o fim da violência contra as mulheres. As medidas que devem ser tomadas para que isso aconteça são bem conhecidas.
No entanto, o ciclo de violência contra as mulheres nunca será quebrado se os governos não reformarem suas leis e políticas públicas, e não acabarem com as práticas discriminatórias que regulam o acesso à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos.
Não vamos mais tolerar que o governo do Peru conduza esterilizações forçadas em mulheres indígenas, que os hospitais públicos do México esterilizem pacientes com HIV sem consentimento, ou que as leis de El Salvador obriguem as mulheres a manterem uma gravidez de alto risco, colocando suas próprias vidas em risco.
Estas leis e práticas que são baseadas em estereótipos de gênero constituem violência contra a mulher pelas mãos do Estado, e às vezes tortura.
Com leis e práticas assim, os governos também estão enviando uma forte mensagem para a sociedade: este país tolera a discriminação contra mulheres.
Mudá-las seria um importante passo à frente.