A matéria alerta para os cuidados com a exposição pessoal e até de familiares nos meios virtuais de comunicação.
Quase três quartos das mulheres conectadas à Internet já foram expostas a algum tipo de violência cibernética, relevou nesta quinta-feira (24) o relatório da Comissão de Banda Larga da ONU, “Combatendo violência online contra mulheres e meninas: um chamado de alerta global”. O documento pede que governos e indústria reforcem suas ações para proteger efetivamente meninas e mulheres de ameaças e assédios online.
Segundo o relatório, apesar da espiral crescente de ataques online, apenas 26% dos órgãos responsáveis de 86 países tomaram medidas apropriadas para coibir e punir estes atos, estão realmente trabalhando nesse sentido. Nos 28 países da União Europeia, 9 milhões de mulheres relataram ter vivido violência online desde os 15 anos de idade. Uma em cada cinco usuárias vive em países onde o assédio e abuso online é pouco provável que seja punido.
O secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Houlin Zhao, que também atua como copresidente da Comissão, lembrou que o mundo virtual oferece amplos recursos para o empoderamento das pessoas, mas a falta de garantias de segurança pode impedir que meninas e mulheres desfrutem dessas possibilidades.
O rápido crescimento da Internet e sua disseminação móvel implicam desafios legais e de controle social de desvios de conduta e comportamentos criminosos, observou o relatório. Uma era de Internet social e de acesso “a qualquer momento, em qualquer lugar” implica também que a violência pode acontecer a qualquer hora e os atores desses crimes podem assediar seus alvos onde quer que eles estejam, ressalta o documento.
O relatório foi lançado na sede da ONU em Nova York pelo grupo de trabalho sobre gênero, copresidido pela diretora do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Helen Clark, e pela diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka. Para esta, “a violência online subverteu a promessa positiva original de liberdade na Internet” ao transformá-la, em muitas circunstâncias, em um lugar que “permite a crueldade anônima e facilita atos daninhos contra meninas e mulheres”.