Audiência pública no Senado debate pesquisa sobre estupro no Brasil

Compartilhar

O levantamento aponta, com base em dados da saúde, a ocorrência de 527 mil estupros em 2012 e que apenas 10% desses casos chegaram à polícia para identificação e punição dos agressores

A pesquisa sobre estupro no Brasil, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi debatida nesta terça-feira (15/04) em audiência pública no Senado Federal. O levantamento aponta, com base em dados da saúde, a ocorrência de 527 mil estupros em 2012 e que apenas 10% desses casos chegaram à polícia para identificação e punição dos agressores.

Além da pesquisa Estupro no Brasil, uma radiografia segundo dados da Saúde, o Ipea divulgou a Tolerância social à violência contra as mulheres que, entre outras respostas polêmicas, apontou que 58% dos entrevistados concordaram que se a mulher soubesse se comportar haveria menos estupro.

Os resultados mobilizaram a sociedade, que passou a discutir o tema nas redes sociais e nos espaços públicos. “As pesquisas mostram a enorme tolerância da sociedade com a violência de gênero e o estupro”, afirmou o diretor de Estudos e Políticas do Estado, Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira.

A secretária-adjunta de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Rosangela Rigo, declarou que a sociedade brasileira é marcada pelo machismo, racismo e patriarcado. “Temos que desnaturalizar essas questões e construir uma sociedade de igualdade”.

Rosangela Rigo lembrou que as iniciativas de políticas públicas que buscam abordar temas de gêneros são recentes: “A Secretaria de Políticas paras as Mulheres foi criada em 2003. Existem, ainda, a Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher, a Lei Maria da Penha de 2006 e o programa Mulher, Viver sem Violência, lançado pela SPM em 2013”.

Autora do requerimento para a realização da audiência pública, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) disse ser preciso atacar o problema com maior profundidade, implementando ações e envolvendo a sociedade. Também autora do requerimento, a senadora Ana Rita (PT/ES) ressaltou que 15% dos estupros são coletivos e 50% são recorrentes.

Idealizadora do movimento ‘Não Mereço Ser Estuprada’, nas redes sociais, a jornalista Nana Queiroz revelou ter recebido três mil mensagens sobre o tema. Várias delas relatam casos de estupros quando ainda eram crianças e que essas pessoas só foram descobrir que se tratava de abusos quando tinham mais de 20 anos. Ela criou um grupo que aborda o tema e apresentou propostas como a preparação de professores para discutir o assunto na escola desde o ensino infantil.

Ao final da audiência, a senadora Ana Rita informou que os debates sobre o tema vão continuar e que as propostas apresentadas serão avaliadas, discutidas com o Executivo e poderão se transformar em projeto de lei para votação pelo Congresso Nacional.

Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR
Participe das redes sociais: Ícone_face/spmulheres e Ícone_twitter@spmulheres

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *