Botão via aplicativo poderá salvar mulher de agressão

Compartilhar

Sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Fonte: Diário Digital 
 

Com apenas um toque no celular, a mulher terá a chance de se salvar de uma situação de violência. Com baixo custo, o aplicativo “Botão da  Vida” é inédito no Brasil e deve ser implantado pela primeira vez em Mato Grosso do Sul.

Segundo a Just Works, empresa que desenvolveu o dispositivo, a intenção é aprimorar o serviço e disponibilizar cada vez mais ferramentas de segurança à vítima de agressão. Com o objetivo de atender mulheres que se encontram sob medida protetiva, o aplicativo foi desenvolvido para qualquer celular smartphone. Somente mulheres cadastradas poderão utilizá lo. O cadastro para instalação do app irá conter dados da vítima e do agressor como endereço, telefone e foto.

Com o app instalado, a mulher terá a opção de acionar o “botão” nos momentos em que estiver sob ameaça. Com um toque, a vítima aciona o telefone 190 da Polícia, dispara um email e uma mensagem SMS em tempo real para uma Divisão Especial da Guarda Municipal. Por meio de um painel, a equipe da Guarda irá visualizar a localização da vítima via Google Mapa.

“É um aplicativo extremamente simples que disponibiliza um botão grande na tela do telefone para que facilite o pedido de socorro”, ressaltou Kenneth Correa, diretor de tecnologia e marketing da empresa Just Works.  De acordo com ele, a ideia inicial já foi totalmente desenvolvida, mas o dispositivo permite a criação de novas possibilidades. “O projeto pode ser aprimorado. Podemos, por exemplo, futuramente criar o comando para gravar o áudio e o vídeo do ambiente em que ocorre a violência”, explicou. “O custo para cada mulher que necessitar do ‘Botão da Vida’ será zero. Apesar disso, só esperamos que não tenhamos muitas mulheres que precisem dele”, arrematou Kenneth Correa que fez a apresentação do app durante a assinatura do Protocolo de Intenções para a implantação do aplicativo, ocorrida hoje pela manhã na Secretaria de Políticas para as Mulheres.

 Com a parte da tecnologia totalmente finalizada, o que resta agora é a articulação de toda rede de combate à violência para efetivar a implantação do sistema. A criação do “Botão da Vida” levou cinco meses e o custo para desenvolvê-lo foi de R$ 20 mil reais para a Secretaria. Para mantê-lo, serão R$900 reais por mês.

“É um dispositivo prático, ágil e viável economicamente já que atenderá um número ilimitado de mulheres”, ressaltou a secretaria Liz Derzi. Segundo ela, inicialmente, o projeto era implantar o ‘botão do pânico’, uma caixinha que a mulher carrega na bolsa ou junto ao corpo, o que acarretaria um custo de mais de um milhão de reais para atender mil mulheres. Para Aparecida Gonçalves, da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, o aplicativo é mais uma estratégia para defesa da mulher. “Nossa perspectiva é trabalhar a prevenção porque a violência doméstica gera gastos de 12% do PIB mundial”, afirmou.

O Brasil, atualmente, ocupa a sétima posição entre os países em assassinatos de mulheres. O número de mortes é maior até mesmo que em países mulçumanos reconhecidos por tradições chocantes contra as mulheres. De acordo com a delegada Roseli Molina, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campo Grande, a onda de violência doméstica preocupa. Em 2014, foram quase 6 mil boletins de ocorrência registrados. Em janeiro deste ano, o número de registros chega a 200. “Precisamos urgente do empenho de toda rede para efetivar de uma vez por todas a implantação do dispositivo”, destacou.

 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *