Mulher negra na informalidade ganha 57,6% menos que as demais

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carteira assinada

Nas microempresas, os rendimentos são um pouco mais equilibrados. A diferença de salários entre negras e não negras sem carteira assinada é de apenas 37,6%

No Portal Noar 
 
As mulheres negras que trabalham sem carteira assinada têm salário médio mensal 57,6% menor que as trabalhadoras brancas, amarelas e indígenas. A média de rendimentos das brasileiras negras é de R$ 625 frente aos R$ 985 ganhos pelas não negras. Essa é umas informações contidas no Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) entre 2002 e 2012.
 
De acordo com o estudo, a diferença de remuneração sem registro formal cai nas microempresas – aquelas com até dez funcionários. Nas empresas com mais de 20 empregados, a diferença de salário das negras em comparação às de demais cor é de 83,2%. Já nas empresas de pequeno porte, os rendimentos são um pouco mais equilibrados, a diferença de salários é de apenas 37,6%.
 
O anuário também verifica os homens negros que trabalham informalmente. Os brasileiros pretos e pardos ganham 58,9% menos que os brancos, amarelos e indígenas, com médias salariais de R$ 807 e R$ 1.283 respectivamente. Semelhante às mulheres, a diferença de remuneração paga aos homens negros é menor nas microempresas (38,1%). Isso porque, nas empresas de demais portes, essa diferença chega a 71,3%.
 
Analisando os rendimentos das trabalhadoras informais em função da escolaridade, o levantamento aponta que, nas microempresas, os melhores salários são pagos a quem tem curso superior completo (R$ 1.604) ou incompleto (R$ 738). O mesmo ocorre nas empresas maiores, no entanto, a remuneração é um pouco mais elevada – R$ 929 e R$ 2.727, respectivamente. As mulheres não alfabetizadas que informalmente empregadas têm melhor remuneração nas microempresas do que nos demais empreendimentos. A média de salários pagos para elas é de R$ 566 nas microempresas e R$ 441 nas demais.
 
Trabalhadoras formais no NE
 
Quando o assunto é o mercado formal, a massa salarial total das mulheres trabalhadoras nordestinas é a terceira maior entre as regiões do país e soma mais de R$ 1,5 bilhão. A maior concentração fica no segmento das micro e pequenas empresas, cuja massa salarial representa 51,6% do total. O restante – 48,4% – fica entre as médias e grandes empresas. Nos pequenos negócios, o somatório das remunerações é maior nos setores de comércio e serviços. Esses dois ramos da economia absorvem 37% (comércio) e 17,6% dos rendimentos femininos nas microempresas nordestinas e 36,1% e 24,2%, respectivamente, nas empresas de pequeno porte.
 
3/3/2015
Fonte: Geledés Instituto da Mulher Negra

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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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