Violência contra a mulher está se tornando ‘endemia’, com 19 mil casos

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Números são preocupantes e em Campo Grande já foram registrados mais de 6 mil
 
Por Tatiana Lemes e Wendell Reis, do Midiamax
 
Os números sobre violência doméstica contra a mulher são alarmantes em Mato Grosso do Sul. De 2014 a 2015 foram registrados 19.013 ocorrências contra a mulher, só em Campo Grande foram 6.111.
 
Na semana que se comemora o Dia Internacional da Mulher, Mato Grosso do Sul não tem muito que festejar, segundo a subdefensora pública, Nancy Gomes, durante o Encontro Estadual dos Gestores de Políticas Públicas para Mulheres, em Campo Grande.
 
A subdefensora disse que os números são preocupantes e por mais que se incentiva a denúncia os casos de violência aumentam cada vez mais. ”Em Mato Grosso do Sul os números de violência contra a mulher são assustadores e temos de incentivar que a Defensoria Pública participe do problema”, disse Nancy Gomes.
 
O desembargador Ruy Celso disse, durante o evento, que são mais de 11 mil processos de atendimento à mulher. Ruy Celso revelou que a demanda é muito maior que a das outras oito varas. O desembargador ressaltou que o problema está virando ‘endemia’.
 
“O número de casos de violência contra a mulher é maior do que o problema com as drogas. Hoje, o número de denúncias de violência contra a mulher supera as demais. Mato Grosso do Sul é o quinto Estado da Federação com maior número de violência contra a mulher. Temos mais de 2 mil processos”, revela o desembargador.
 
Já o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB), disse que conversou com o promotor Paulo Cezar dos Passos, que disse que 60% da demanda do MP (Ministério Público) é com relação à violência contra a mulher e que o número também ocupa 50% das ações do Fórum.
Segundo a delegada Rosely Molina, titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), Campo Grande só no inicio de 2015 já prendeu 135 homens. Para a delegada o problema se confunde com uma grande epidemia.
 
Para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a solução é fortalecer as ações das delegacias da mulher, principalmente no interior do Estado. Azambuja disse que tem incentivos fiscais para as novas industrias, que vão se instalar em Mato Grosso do Sul, para que também reservem vagas para as vítimas de violência doméstica.
 
O governador disse que é preciso mudar o quadro do Estado que também é segundo em número de estupro. “Estamos pensando em várias formas de atender as mulheres e para isso, dobrei os números de recursos no Banco Cidadão”, ressaltou Azambuja.
 
Em Mato Grosso do Sul, dos 79 municípios apenas 24 tem Coordenadorias de Políticas Públicas para a Mulher. A subsecretária de Políticas Públicas para a Mulher do estado, Luciana Azambuja, disse que a secretaria está tentando verbas para a criação de novas coordenadorias.
 
A vice-governadora, Rose Modesto (PSDB), disse que a maneira para combater o problema é sensibilizar para conscientizar. “São pequenas ações que fazem a diferença. As ações são de direito humano”, finaliza Rose Modesto.
 
O Encontro Estadual dos Gestores de Políticas Públicas para Mulheres tem o objetivo de mudar a realidade do Estado e que no próximo ano, quando for realizado novamente o encontro, os números tenham diminuído consideravelmente em Mato Grosso do Sul.
3/3/2015
Fonte: Geledés Instituto da Mulher Negra

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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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