Operação contra exploração sexual fiscaliza boates em São Carlos, SP

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Ao menos 30 mulheres foram levadas para prestar depoimentos no MTE.
Ação conjunta começou na noite de quarta-feira (29). Ninguém foi preso.

Do G1 São Carlos e Araraquara

Cerca de 30 mulheres foram levadas para prestar depoimento no Ministério do Trabalho (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
 
Uma operação conjunta para combater o tráfico de pessoas e a exploração sexual fiscalizou botes e casas de shows de São Carlos (SP) entre a noite de quarta-feira (29) e a madrugada desta quinta-feira (30). A ação reuniu os ministérios públicos Federal e do Trabalho, Defensoria Pública da União, Secretaria de Estado da Justiça e as polícias Rodoviária e Militar. Cerca de 30 mulheres, todas maiores de idade, foram levadas para prestar depoimento no Ministério do Trabalho. Ninguém foi preso.
 
A operação foi realizada após denúncia sobre exploração sexual feita na Defensoria Pública da União do Estado do Pará para o Núcleo de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas da Secretaria da Justiça.

A mãe de uma das meninas que trabalham nas casas de shows em São Carlos relatou no processo que a filha havia sido aliciada e forçada a se prostituir.  A jovem foi encontrada em uma casa alugada pelo proprietário da boate juntamente com oito meninas do Pará. “A casa estava em boas condições e não havia indícios de trabalho forçado ou degradante”, relatou Ricardo Alves, executivo da Secretaria Estadual de Justiça.

Irregularidades

 Segundo o gerente regional do Trabalho, Antônio Valério Morillas Júnior, a fiscalização encontrou diversas irregularidades, como problemas de registros das casas.

“Foram apreendidos documentos que provam a servidão dessas trabalhadoras com a empresa, ou seja, documentos que comprovam dívidas delas e que vão com certeza caracterizar o trabalho escravo e terão desmembramentos em que pode até haver a prisão do proprietário”, explicou.

Os relatos colhidos no Ministério do Trabalho serão avaliados pela comissão. “Há fortes indícios de aliciamentos, porém, os depoimentos foram muitos sincronizados e semelhantes, como se houvesse alguma orientação para como se comportarem em eventual fiscalização”, disse.

 
Segundo ele, informações sobre a fiscalização podem ter vazado, pois em algumas casas não havia movimento, apenas as mulheres estavam no local.
 
Operação conjunta fiscalizou casas de shows e boates de São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)Operação conjunta fiscalizou casas de shows e boates de São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)

 

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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