Perspectivas e realidades das mulheres no Brasil em 2022

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Com aumento da violência contra mulher em alta em 2021, especialista analisa o que esperar da Justiça e da sociedade em 2022

No ano em que a Lei Maria da Penha completou 15 anos também foi o ano em que 86% das mulheres perceberam aumento da violência contra elas no Brasil. Os dados são da pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência. Devido à pandemia de COVID-19 e ao isolamento social que persistiu em 2021, as mulheres vítimas de violência doméstica foram forçadas a conviver por mais tempo com seus agressores, levando ao aumento da violência doméstica.

Pesquisa realizada pelos Institutos Locomotiva e Patrícia Galvão revelou que nove em cada 10 mulheres consideram que o local que apresenta maior risco de feminicídio é dentro de casa, por um parceiro ou ex-parceiro e que três em cada 10 mulheres adultas já foram ameaçadas de morte por um parceiro ou ex-parceiro. O debate sobre o que esperar da luta pelos direitos das mulheres em 2022 faz parte do episódio de estreia do podcast DiversEM, do Estado de Minas.

“A gente observou no úlltimo governo um desmanche nas estruturas de defesa dos direitos das mulheres e isso inclui a rede de aparelhos como delegacias especializadas e centros de acolhimento, e isso tem um impacto direto nesse crescimento da violência”, afirma Livia Souza, advogada e feminista. Para 2022, deve ocorrer m corte de 33% no orçamento de políticas públicas voltadas para mulheres.+
Os dados demonstram que, apesar da Lei Maria da Penha ser considerada pela ONU como uma das mais avançadas legislações sobre violência contra a mulher do mundo e um marco na luta pelos direitos das mulheres, o texto ainda não é colocado em prática como deveria uma década e meia depois de entrar em vigor.

“A gente tem no Brasil a questão armamentista do atual governo e que as mulheres vítimas de violência doméstica, que sofrem homicídio. Elas morrem em decorrência de arma de fogo, então o acesso a arma faz isso também”, afirma Livia.

Onde o virtual e o real se encontram 

Um estudo inédito realizado pelo Instituto Avon em 2021 mostra os impactos do mundo online na vida das mulheres brasileiras. É mostrado que o assédio nas interações virtuais é a principal violência (38%) sofrida por mulheres e meninas em esferas digitais, seguido por ameaças de vazamento de imagens íntimas (24%).

Novamente os parceiros e ex-parceiros aparecem como principais fontes de ameaças. Ex-companheiros são relacionados a 84% dos relatos de stalking (perseguição praticada nos meios digitais). Entre outras ameaças mais frequentes contra meninas e mulheres na internet estão o assédio, o vazamento de nudes e o registro de imagens sem consentimento.

Continue lendo aqui.

Por Izabella Caixeta em o Estado de Minas

Imagem Pixabay

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais da Pastoral da Mulher – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais. 
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